Prossigo para o alvo


“Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3.14).

Depois de ter sido alcançado pelo Senhor Jesus no caminho de Damasco, Paulo é levado a uma mudança radical em sua vida e seus valores. Ele diz: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo”. E ainda: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganha a Cristo” (Fp 3.7,8).

Numa atitude cristã que revela de fato, ter sido alcançado de forma sobrenatural para uma nova vida em Cristo Jesus (2Co 5.17), Paulo passa a mostrar a pequenez que é a vida nesta terra de ilusões e o envolvimento com as coisas deste mundo, se comparadas com aquelas que o Senhor tem preparado para os que o amam (1Co 2.9).

Com visão cristã voltada para as coisas futuras, o apóstolo passa a considerar aquilo que possuía como perda para alcançar seu alvo maior: “a excelência do conhecimento de Cristo Jesus” (v. 8). Ver-se, que havia em Paulo um objetivo maior, uma ambição maior que simplesmente os prazeres efêmeros do presente século passageiro. Ele queria o “conhecimento de Cristo”, se identificar com o Cristo crucificado e ressurreto. O apóstolo objetivava conhecer mais que superficialmente, o poder da ressurreição de Cristo na sua vida diária. Ele não queria apenas um cristianismo de aparências, queria de fato, levar no seu corpo as marca de Cristo (Gl 6.17).

Observa-se pelo texto de sua carta aos Filipenses, que as glórias e vantagens promovidas pelo judaísmo haviam sido abandonadas por Paulo, que agora se submete a todos os sofrimentos e desventuras que lhe vem quando assume o ministério da pregação da Palavra. Sua nova vida em Cristo, o levou a participar dos Seus sofrimentos, morrendo para a vida de egocentrismo e se dispondo a sofrer e enfrentar as dificuldades impostas pelo evangelho a todos quantos recebem o plano da salvação em Cristo Jesus (2Co 4.7-12).

Havendo deixado a antiga vida legalista, se volta agora para o seu novo alvo. Espera de algum modo, “chegar à ressurreição dos mortos”. O desejo de Paulo, de viver a qualidade de vida daqueles que ressuscitarão em Cristo, expressa espírito de humildade e não de dúvida. Ele sabe que para alcançar tal alvo precisa continuar firme, pois para isto, foi alcançado. O alvo estava estabelecido e Paulo precisava perseguí-lo até alcançar.

O interessante na vida do apóstolo dos gentios é que não se contentou com o que já tinha alcançado, realizado, no serviço de Cristo. Ele queria “avançar”, prossegui, para coisas ainda maiores. Cada fibra do seu ser estava focada em alcançar o seu objetivo, um propósito maior. Ora, todo aquele que deseja alcançar de Deus algo maior, deve esquecer-se das coisas que para trás ficam e avançar para as que estão diante de dele. O crente não deve se contentar apenas com a medida das coisas normais, as mesmices, a rotina em sua vida espiritual. Deve, antes, buscar sempre mais da graça de Deus para sua vida em todo tempo.

Seguir em direção ao alvo, o céu, era o objetivo de Paulo e deve ser o objetivo de cada cristão. Devemos correr em direção ao alvo proposto sem desistirmos. Se, temos o céu como alvo maior, devemos seguir em frente sem olhar para trás, buscando sempre uma vida de santidade e empregando forças até chegarmos lá. O céu é o alvo de todo crente salvo. É para este lugar lindo e maravilhoso que estamos indo. A nossa vocação é do céu, e é lá que está a nossa morada. É a eternidade com Deus que queremos alcançar, é por ela que estamos lutando a cada dia contra aqueles que querem nos destruir. Na caminhada cristã, somos exortados a direcionar o nosso olhar para Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé (Hb 12.2). Manter os nossos olhos no céu é proveitoso para nossa caminhada cristã, além de nos manter afastados dos horrores deste mundo perdido.

É importante que vivamos conforme a verdade que aprendemos e não nos deixemos levar por doutrinas várias de conceitos humanos que não servem senão, para a perdição. No mundo em que vivemos os conceitos cristãos, preceitos bíblicos necessários estão sendo deturpados, deixados para trás como se nenhum valor tenha. Nossa única forma de contra atacar estes pensamentos tendenciosos existentes no seio da igreja hodierna, é empregar esforço para guardar, conservar a verdade bíblica sem adulteração, objetivando alcançar as próximas gerações de crentes (Jd v.3). É a Igreja a guardiã destas verdades, e deve esta guardá-la e preservá-la como o bem mais precioso que existe.

Prossegui para o alvo, nos levará a conquistar o prêmio tão almejado, a salvação em Cristo. Não podemos desistir. Mesmo diante das grandes adversidades existentes, sendo que o objetivo final é estarmos ao lado de Cristo eternamente, em corpo de glória. Vale à pena prosseguir.

Pr. Nonato Souza.

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