O homem da iniquidade surge no cenário mundial [1]


Por Nonato Souza

Em várias partes do Livro Sagrado aparece a figura do Anticristo, o último ditador mundial. Nos escritos do apóstolo Paulo ele é conhecido como o “homem do pecado”, o “filho da perdição”. Por fazer exclusivamente a sua vontade, ele será a própria encarnação do pecado. O surgimento do “homem da iniquidade”, o “filho da perdição”, no final dos tempos, está revelado nos escritos proféticos.

Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus (2Tessalonicenses 2.3,4).

Nas profecias bíblicas, o “homem da iniquidade” é geralmente chamado de Anticristo. Curiosamente a palavra “anticristo” (gr. anticristos), só aparece em 1Jo 2.18-22; 4.3; 2Jo v. 7, onde o apóstolo João indica que muitos “anticristos” (falsos mestres) tem surgido. João nos mostra “anticristos” que nos últimos dias surgirão para enganar. Estes, na verdade, “eram ex-membros de igrejas que haviam negado ser Jesus o Cristo”, e se tornado falsos mestres. João nos ensina que qualquer falso mestre que nega a pessoa e a obra de Jesus é um anticristo.

Ampliando a visão acerca deste “homem da iniquidade”, entende-se que o “espírito do anticristo” já opera no mundo desde o princípio (1Jo 4.3), opondo-se contra a verdade do evangelho acerca de Jesus Cristo. Ed Hidson comentando sobre a operação deste espírito desde o I século, depois de Cristo diz:

Os escritores da Bíblia certamente criam que o espírito do Anticristo estava vivo e ativo no primeiro século. Por esse motivo, não lhes causou surpresa a rejeição ao cristianismo, acompanhada da perseguição e até mesmo martírio. Eles estavam convencidos de que  a guerra espiritual entre Cristo e o Anticristo já havia começado.
Muitas e remotas referências cristãs ao Anticristo estão presentes no Apocalipse de Pedro, no Didaquê, na Ascenção de Isaias e na epístola de Pseudo-Tito. Também vemos tais referências nos escritos de diversos pais da igreja, como Irineu, Jerônimo e Hipólito. Irineu, que estudou com Policarpo – que, por sua vez, fora discípulo do apóstolo João –, disse que o Anticristo viria como “um apóstata”, personificando a “apostasia satânica” [1].

O Anticristo será um homem comum, nascido de mulher, João o viu subir do mar (Apocalipse 13.1), do meio do povo, embora o texto fale de besta. Satanás dará a ele poder em proporções jamais vista (Ap 13.2,4; 16.13,14). Será um super-homem mundial, revelará grande inteligência, por isso conquistará a admiração do mundo (Ap 13.2,3). Horton faz a seguinte observação acerca desta terrível personagem e o poder que o mesmo deterá:

Sua vinda terá aparência sobrenatural, pois virá “segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo o engano de injustiça para os que perecem” (2Ts 2.9,10). Essa descrição se encaixa com a ponta pequena, que tinha “uma boca que falava grandiosamente” (Dn 7.8,20), com o “príncipe” do mundo, que fará um concerto com Israel para mais tarde quebrá-lo (Dn 9.27), e com a besta, o blasfemo soberano mundial que receberá poder de Satanás e será possuído por ele, e cujo falso profeta fará milagres enganosos (Ap 13.1-7).[2]

A inteligência do Anticristo o levará a conquistar o mundo. Chega a ser surpreendente o quão bem-sucedido ele será em suas conquistas se revelando também um gênio na área militar. Bergstén pontua sobre sua sagacidade e inteligência:

Ele será extremamente inteligente, motivo por que conquistará a admiração do mundo (cf. Ap 13.2). Será o maior de todos os demagogos, pois seu governo será caracterizado por uma boca para proferir grandes coisas (cf. Ap 13.3; Dn 7.7,8,11,25). Terá muita autoridade e poderio (cf. AP 13.2). Será um concentrador de todo mal que tem havido na terra. O ódio de Caim contra seu justo irmão (cf. Gn 4.4,8), a ganância e sagacidade de Balaão para seduzir Israel (cf. Nm 31.16) e a blasfêmia de Golias contra Deus e seu exército (cf. 1 Sm 17.8,11) terão na pessoa do anticristo, a sua personificação  satânica. [3]

A situação do mundo de então, sem fé em Deus, fará com que o Anticristo seja recebido como a verdadeira solução dos problemas. O texto sagrado diz: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem” (2Ts 2.9,10).


Notas bibliográficas

[1]  Tim LaHaye e Ed Hindson. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. CPAD, pg. 49
[2]  Stanley M. Horton. Nosso Destino, o Ensino Bíblico das Últimas Coisas. CPAD, pg. 107
[3] Bergstén. Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. CPAD, Ed. 1999, pg. 405



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