Ódio, uma arma destruidora


Por Nonato Souza.

“[...] porque perseguiu a seu irmão à espada e baniu toda a misericórdia; e a sua ira despedaça eternamente, e retém a sua indignação para sempre” (Amós 1.11).


O ódio é destruidor. Odiar é aborrecer, detestar. Na Bíblia temos exemplos negativos de pessoas que se odiavam:  Esaú odiou a Jacó (Gênesis 27.41); Absalão odiava a Amnom (2 Samuel 13.22); odiaram a Jesus (João 7.7). Nesta pequena reflexão vou me reportar ao caso de Esaú e Jacó que eram irmãos.

O ódio entre os dois começou quando Esaú em sua insensatez vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó (Gênesis 25.29-34). Com este ato Jacó foi obrigado a fugir, indo para Harã morar com seu tio, escapando assim do ódio do seu irmão e de seus planos homicidas. O tempo passou e os descendentes de Esaú (edomitas) tornaram-se príncipes poderosos, enquanto que os filhos de Jacó fundaram as doze tribos de Israel, sendo este o povo escolhido por Deus para realizar os seus planos.

Os edomitas, descendentes de Esaú odiaram profundamente os israelitas, descendentes de Jacó. A hostilidade entre estes dois povos foi duradoura. Incidentes profundos entre as duas nações foi aumentando ainda mais essa hostilidade. Quando a nação de Israel avançava para a terra de Canaã guiada por Moisés, foi proibida pelos edomitas de passar por dentro de suas terras tendo que dar uma grande volta para chegar ao seu destino.  Quando Jerusalém estava sendo invadida pelos babilônios, os edomitas instigaram estes e não deram nenhum socorro aos refugiados judeus que tentavam escapar. O ódio era tanto contra os seus irmãos que ajudaram a capturar os fugitivos e se alegravam com a terrível calamidade que se abateu sobre os judeus. Juntaram-se aos babilônios para saquear a cidade dos seus próprios irmãos.



Por causa de toda essa hostilidade contra seus irmãos judeus, Deus não pouparia Edom. O profeta Obadias descreve: “E isto te ocorrerá por causa da impiedosa matança que realizaste contra teu irmão Jacó; serás, pois, coberto de humilhação e vergonha, e exterminado serás para sempre. No dia em que estiveste próximo, mas do lado oposto, quando estranhos levaram os bens dele, e os estrangeiros arrombaram seus portões e lançaram sortes sobre Jerusalém, tu os seguistes e agistes da mesma maneira que eles! No entanto, não devias ter contemplado com satisfação o dia da desgraça do teu irmão; tampouco se alegrado com a destruição do povo de Judá; nem escancarado tua boca para falar com arrogância sobre o dia da aflição do teu próximo! Jamais deverias ter entrado pelas portas do meu povo no dia da sua calamidade; nem devias ter ficado alegre diante do padecimento dessa gente no dia da sua ruína; muito menos ter roubado seus bens e tesouros durante o dia da desgraça do meu povo. Não devias ter feito emboscadas nas encruzilhadas, a fim de liquidar as poucas pessoas que conseguiam escapar da matança; muito menos ter entregado alguns sobreviventes aterrorizados ao inimigo. Eis, portanto, que o Dia de Yahweh está muito próximo! E esse Dia vem sobre todas as nações! Como fizeste ao teu próximo, assim se fará contigo; o teu feito retornará sobre a tua própria cabeça!”  (Abadias 10-15; BKJ).

O próprio Deus ajudaria os babilônios a destruir Edom no tempo determinado (Ezequiel 25.12-14) devido seu ódio contra seus irmãos judeus. “Animosidade dentro de famílias frequentemente são as mais severas e irracionais” e a mensagem de Deus para Edom nos lembra de que brigas dentro das famílias, classes sociais e igrejas têm alto preço e, com frequência, causam dor e tragédias.



A prática do amor cristão não é tão fácil assim, haja vista não se tratar apenas de conversa mas de vida prática constante. Embora dizendo que está na luz, se alguém não ama verdadeiramente seu irmão até agora está em trevas (1 João 2.9). Um cristão que diz amar seu irmão e na prática odeia um cristão, está mentido e a verdade está distante dele. É impossível  está em comunhão com o Pai e ao mesmo tempo viver em guerra com outro cristão. Jesus tratou deste assunto, ele disse: “Portanto se trouxeres a tua oferta ao altar e ai te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta” (Mateus 5.23,24).  Mestre está ensinando claramente que a oferta sobre o altar não tem valor nenhum se o adorador tem alguma contenda mal resolvida com o seu irmão.

Concluo dizendo que assim como o ódio e o desejo de vingança de Edom o levou à sua própria destruição, tal comportamento trará aos que assim se comportam ruína completa, sendo, portanto, mais edificante observar o que ensina o Senhor Jesus: “Amai os vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem” (Mateus 5.44), afinal não é saudável para nossa vida espiritual odiar os nossos irmãos (1 João 2.9; 3.15). Que o Senhor nos ajude!

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