O líder de mocidade e os seus cuidados
Por Nonato Souza
Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque fazendo isto, te salvará, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem (1 Tm 4.16).
A recomendação de Paulo ao jovem
obreiro Timóteo é um belo texto para iniciar esse importante assunto. Isto
porque um dedicado servo de Deus pode ocupar-se em excessivas tarefas no dia a
dia do seu ministério que se esqueça de cuidar de si mesmo, dos seus e de sua
vida espiritual. Há um longo histórico de perdas, decepções e frustrações na
vida de muitos líderes porque não tiveram a graça e sabedoria necessária para
priorizar a coisa certa no tempo e lugar certo.
O líder jovem precisa antes de
cuidar das coisas externas, capaz de consumir todo o seu tempo, ser cuidadoso
consigo mesmo. Observa-se que na recomendação de Paulo a Timóteo, “tem cuidado de
ti mesmo”, vem antes de “e da doutrina”, o que revela a necessidade que se tem
de maior cuidado consigo mesmo e com sua vida espiritual, antes de despender
uma ocupação exagerada, sem tempo para mais nada, em ajudar os outros. O assunto
é ainda mencionado por Paulo quando vai ter com os presbíteros efésios
advertindo-os nos mesmos termos: “Atendei por vós” (At 20.28). Isto, porém não
me impede de exercer amor altruísta com o próximo, uma vez que posso beneficiar
a outros cuidando também da minha vida cristã.
Somos informados que o grande
evangelista do século XIX, Charles Finney tinha por costume pregar neste texto,
intitulando o seu sermão de: “Pregador salva-te a ti mesmo!” No sermão
procurava mostrar os cuidados na vida espiritual e moral daqueles que se
utilizam dos púlpitos para ministrar a Palavra. Hoje, se ver muitos obreiros
sendo obrigado a abandonar o ministério por ter vida desregrada, cheia de mau
exemplo, distanciados da Palavra de Deus. São os mais variados problemas
morais, tipos de conduta vergonhosa, que escandaliza o evangelho de Cristo.
O líder jovem não pode ser
negligente aqui, sob a triste sorte de ver sua vida espiritual desmoronar por
completo, embora possa até ter levado muitos ao desejado sucesso espiritual. Se
não tiver o devido cuidado consigo mesmo poderá amargar a triste situação de
fracasso pleno não somente em sua liderança, mas, também na sua vida espiritual
com repercussão drástica na vida daqueles que o cerca.
É extremamente angustiante a
situação de muitos líderes na atualidade. Há um verdadeiro descaso no cuidado
com a vida espiritual, sem dizer que muitos estão envolvidos em situações de
escândalos terríveis. Tudo isto porque se esqueceram de cuidar de sua comunhão
com Deus, embrenhando-se numa corrida desenfreada em busca de alcançar tudo que
satisfaça o seu ego, esquecendo-se totalmente da chamada divina e do cuidado
com a vida cristã.
Essa busca desenfreada por
reconhecimento e sucesso a qualquer preço, alojada na mente de alguns líderes, os
envolveu em um labirinto enorme de dificuldades a tal ponto que, afastados de
Deus, muitos se perderam em seus objetivos, sendo levados ao desânimo e frustração,
pelo fato de entenderem ter apostado muito em sua vida ministerial e agora não conseguem,
segundo suas perspectivas, um retorno à altura do seu investimento. É
lamentável que este seja o pensamento de uma grande parte de líderes
despreparados cujo objetivo sempre foi arrecadar bens materiais aqui na terra e
não investir na vida eterna, Reino de Deus. Decepções nesse nível acontecem
exatamente com quem deveria ser o exemplo dentro da igreja local.
Tenho convicção que o líder jovem é
um vaso, e bom seria que não se preocupasse com a “forma” ou “molde” que o
Oleiro lhe quer dar. Só Deus sabe a “forma” ideal para o jovem que está disposto
a ser instrumento neste difícil momento da igreja. Precisa-se de jovens
dispostos a se colocarem nas mãos de Deus sem reservas e que não sejam
“sepulcros caiados” ou “paredes branqueadas”, mas, que tenham exemplo de vida à
semelhança de José do Egito, símbolo de fidelidade a Deus – não cedeu ao sexo.
Daniel da Babilônia, símbolo de separação do pecado e das coisas contaminadas.
Este servo de Deus durante todo o tempo em que esteve naquele poderoso império,
sempre se portou decentemente, dando exemplo de vida e mostrando que Deus era
com Ele. Posso mencionar também Davi, homem que a Bíblia menciona ser segundo
coração de Deus, pelo desejo que tinha de fazer a sua vontade. Finalmente, faço menção de Paulo que foi
símbolo de dedicação e sofrimento.
Posto isto, volto ao assunto que me
dispus a discorrer sobre o líder jovem e os seus cuidados. Antes, porém, de
tratar especificamente deste assunto, quero abordar algo sobre Moody,
considerado o maior pregador leigo do seu tempo. Dr. Torrey foi o único
biógrafo autorizado de D. L. Moody. Ele escreveu no seu pequeno livro: Porque
Deus usou D. L. Moody? Apresentou ali, sete razões porque Deus usou Moody de
forma tão extraordinária. Dr Torrey disse:
Moody
era homem inteiramente submisso a Deus. Cada grama daqueles 127 quilos
pertencia inteiramente ao Senhor;
·
Moody
era homem de oração. Tudo que ele empreendia era sustentado pela oração, e em
tudo ele dependia de Deus;
·
Moody
era um estudante profundo e prático das Escrituras. Apesar de não ser um
detentor de excelente formação acadêmica, Moody tinha amor profundo pelas Escrituras;
·
Moody
era homem humilde. Ele gostava de citar certas palavras que alguém disse certa
vez: “A fé ganha mais, o amor faz mais, porém, a humildade guarda mais”;
·
Moody
era homem desprendido do dinheiro. Ele podia ter-se tornado rico, porém para
ele a riqueza não tinha nenhuma atração. Recebia dinheiro para a obra de Deus,
mas recusou-se a acumulá-lo para si mesmo. Milhões de dólares passaram por suas
mãos, mas passaram depressa; não pegaram nos seus dedos;
·
Moody
possuía uma paixão ardente pela salvação dos perdidos. O inferno foi despovoado
em pelo menos um milhão de almas pela ardente paixão que Moody nutria pelos
perdidos;
·
Moody
era homem cheio do Espírito Santo. Depois
que o Espírito veio sobre ele foi como que comportas de uma represa se abrissem
e muitas águas passassem a correr através da vida desse homem.
Sou conhecedor que a liderança jovem
na igreja atual passa por momentos difíceis, isto porque esse tipo de trabalho não
é algo tão simples em seus mais diversos aspectos. Objetivando auxiliá-los no
exercício deste importante trabalho e acima de tudo sua vida espiritual, passo
a pontuar alguns valores que entendo necessários sejam para um caminho bem
sucedido.
Líder
jovem, que tal cultivar sua vida devocional com Deus?
Não há nada mais importante para o
ser humano que manter-se aproximado de Deus. Isso é possível quando cultivamos
nosso devocional diário com nosso Criador, numa demonstração clara de
dependência. É uma verdadeira lástima quando líderes que se dizem homens de
Deus vivem afastados de uma vida prática de oração e leitura devocional diária
da Palavra.
Um grande perigo que tem cercado o
ministério de muitos líderes espirituais é o profissionalismo. Um líder
espiritual pode se tornar competente na realização do seu trabalho, assim como
no mundo secular, pode desenvolver certas habilidades que tornarão seu
ministério bem sucedido ao olhar de outras pessoas. Quando o profissionalismo
alcança um líder, seu coração inevitavelmente começa a ser negligenciado. O
fracasso espiritual de muitos se dar pelo fato de não fazer do seu discipulado
diário uma prioridade máxima em todo o tempo. A situação de decadência de
alguns líderes não começa no dia em que caem, elas têm um histórico de
negligências das disciplinas espirituais. As coisas acontecem quando se começa
a desprezar a prática da oração e leitura da Palavra diariamente, vigilância,
tristeza pelo pecado, controle da lascívia e outros agravantes.
O sucesso espiritual de qualquer
líder vai além da boa biblioteca e uma cabeça abastecida que possa possuir.
Depende principalmente do seu desenvolvimento espiritual, o que inclui
santificação pessoal, separação para Deus e seu serviço.
É fato que a vida espiritual do
jovem líder não deve jamais estagnar, tendo este o devido cuidado em manter um
nível espiritual satisfatório (2 Tm 1.6). Um cuidadoso estudo do texto Sagrado
vai nos mostrar que os dons ministeriais e espirituais são passíveis de
progresso. É isso que ensina Paulo: “Assim, também vós, visto que desejais dons
espirituais, procurai progredir, para
a edificação da igreja” (1 Co 14.12; o grifo é meu). Espera-se de cada líder
maior esforço em oração constante, leitura meditativa da Palavra de Deus e boa
prática do jejum, buscando sempre o progresso espiritual constante. A
edificação daqueles que são liderados exigem do seu líder um nível espiritual
satisfatório (1 Pe 4.10; Rm 1.11), e seria bom se este não relaxasse nesse
ponto.
Líder
jovem, não se esqueça de cultivar uma vida exemplar.
Há um adágio antigo que diz: “Façam
o que eu digo, mas na façam o que eu faço”. Esse dito popular tem caracterizado
a vida de muitos líderes do passado e também do presente. Quando avaliados
segundo os padrões da Palavra de Deus, ficam aquém do desejado. Não servem de
exemplo ao rebanho. É lamentável o que se vê no cotidiano de muitos líderes em
contraste com suas falas ao assumirem a tribuna de uma igreja local para
ensinar. Falar e não fazer será sempre um comportamento detestável aos olhos do
Senhor.
Jesus condenou a atitude dos
escribas e fariseus. Disse ao povo para seguir suas orientações acerca da lei,
mas não os seus exemplos pessoais, porque eles falam, mas não praticam (Mt
23.3). Todos havemos de prestar contas a Deus por nossas palavras ditas, mas
não praticadas (Tg 1.22-27). Os líderes serão muito mais cobrados, o rigor será
maior (Tg 3.1). Nas exortações de Paulo a Timóteo e Tito, encontramos a
recomendação do apóstolo a que não somente façam exortações, mas, que acima de
tudo, sejam exemplos (1 Tm 4.12-16; Tt 2.7).
Cristo é o nosso padrão por
excelência. Chegaremos a tal nível quando amadurecermos em integridade à
semelhança de Cristo (Fp 1.27-30), tornando-nos reflexo do exemplo moral de
Cristo (1 Ts 1.7). Fica claro que cada crente deve ser exemplo, mas, o Novo
Testamento mostra com clareza que os líderes têm responsabilidade maior de ser
exemplo dos fiéis (1 Tm 4.12). Eles precisam ser modelos morais visíveis para a
igreja (ekklesía).
O escritor e teólogo Hernandes Dias Lopes
comenta sobre a postura do líder responsável com sua vida diante de Deus e dos
homens. Ele diz:
Na
Igreja de Deus, precisamos de lideres que tenham o caráter de Cristo, o fruto
do Espírito, as marcas de uma vida irrepreensível. A Igreja de Deus precisa de
homens que tenham a têmpora espiritual de Estêvão. Homens que sejam impolutos
na conduta, que não transijam com os absolutos de Deus. Homens que sejam cheios
do Espírito, e não transbordantes de vaidade. Homens que tenham a sabedoria do
alto, em vez de blasonarem apenas a arrogante sabedoria terrena. Quando o
apóstolo Paulo apresentou as credenciais do presbítero, falou de várias
virtudes que devem ornar a vida. Dos quinze atributos listados pelo apóstolo,
apenas um fala acerca de sua capacidade intelectual. O presbítero deve ser apto
para ensinar (1Tm 3.2). Todos os outros atributos referem-se à vida do líder,
sua integridade, seu caráter, sua família (1Tm 3.1-7). A liderança tem
exatamente a extensão de sua vida. Seu nome é o seu grande patrimônio. Se ele
perder sua dignidade, perde o seu ministério (Mensagens Selecionadas. Hernandes Dias Lopes, pg.
176,7. Ed. Hagnos).
Em suas recomendações ao jovem
Timóteo: "[...] torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza" (1 Tm 4.12; ARA), Paulo mostra as diversas áreas onde deveria ser exemplo: “na palavra”,
se refere à conversação diária, sempre honesta e amorosa, dizendo sempre a
verdade em amor; “no trato” ou “procedimento” (ARA), modo de vida,
comportamento coerente com a fé que professa (Ef 4.1); “caridade” ou “amor”
(ARA), está relacionado com amor altruísta onde há profundo apego a seus irmãos
e preocupação por seu próximo, buscando sempre o bem está de todos; “fé”, confiança
plena e fidelidade em Deus. A fé parece ser a raiz de onde brota o amor
verdadeiro; “pureza”, implica integridade e coerência na completa conformidade,
de pensamentos e atos, com a lei moral de Deus. Mesmo vivendo em Éfeso, centro
de impureza sexual, Timóteo deveria ser puro em seu relacionamento com as
mulheres da igreja de modo a conservar a pureza de mente, coração e do corpo.
Era esta a preocupação de Paulo com o seu jovem líder.
Líder
Jovem, você foi designado para uma grande obra.
Uma das coisas importantes e necessárias
ao líder é a convicção que deve ter acerca do que faz para Deus. Manter o foco
no que Deus determinou o levará ao sucesso no fim de sua empreitada. Quando
Neemias concluiu a construção de todo muro e brecha nenhuma havia mais, senão as
portas por serem colocadas nos portais (Ne 6.1), os inimigos do povo de Deus
enviaram comunicado a Neemias, líder do povo, dizendo: “Vem, e congreguemo-nos
juntamente nas aldeias, no vale de Ono” (6.2). O vale de Ono ficava na metade
do caminho entre Jerusalém e Samaria. Ao que se possa ver, o convite parecia ser
algo cativante, uma reunião da cúpula. Qual seria o motivo? Estavam os inimigos
do povo de Deus reconhecendo o trabalho e competência de Neemias e seu povo?
Queriam eles fazer algum acordo em reconhecimento à liderança de Neemias,
estando dispostos a viver em paz? Queriam porventura, se tornar amigos? Neemias,
claro, ouviu atenciosamente seu comunicado, mas não virou a cabeça como mostra
o texto com sua réplica ao convite: “Porém intentavam fazer-me mal”.
É sempre assim, quando não se quer
vê o avanço da obra da Deus, procura-se criar distrações e situações negativas
para que a obra não seja concluída. Os inimigos do povo de Deus buscaram então,
dialogar com os líderes do povo de Deus. Hernandes Dias Lopes mostra o perigo
que há em tal assertiva:
O
inimigo nunca é tão perigoso como quando parece amigável e chama para um
diálogo. A sutileza da serpente é mais perigosa do que o rugido do leão. Os
inimigos agora querem conversar. Eles disseram: “Tá bom, agora, sabemos, que
Jerusalém é uma cidade construída. Agora vamos sentar. Agora vamos estabelecer
um bom relacionamento. Vamos sentar ao redor da mesma mesa e resolver as nossas
diferenças de tantos anos”. [...] Neemias não dialogou com o inimigo. Jesus
também não dialogou com o Diabo. Jesus não nos mandou dialogar, mas pregar.
Identificação é viver onde as outras pessoas vivem. Jesus se identificou, mas
não transigiu. O diabo tentou dialogar com Jesus, mas Ele nunca sentou com o
diabo numa mesa de conferência (Lopes, Hernandes Dias. Neemias, o líder que
restaurou uma nação. Ed. Hagnos, pg. 98,99).
Observa-se que o complô armado contra Neemias não deu
certo. Ele não aceitou o traiçoeiro convite dos inimigos da obra de Deus para
um acordo, sabendo que de lá nada de bom sairia. Decididamente, foi capaz de
dizer: “Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer” (6.3).
A resposta do líder Neemias não foi
uma desculpa evasiva, mas a demonstração clara de suas prioridades, a
capacidade de dizer não às distrações em favor da grande obra que fazia para
Deus. Líderes do povo de Deus, temos agido como Neemias, ou estamos envolvidos
em discursos que não nos levarão a lugar nenhum? Ele foi capaz de com sua
determinação, coragem, coerência e foco alcançar a total restauração da cidade
de Jerusalém. Os muros da cidade foram concluídos em 50 dias (6.15),
considerado por ele como uma grande obra. Como você, líder, tem considerado o
trabalho que Deus entregou em suas mãos, uma grande obra? Pense nisso.
Líder
jovem lembre-se de está devidamente preparado.
Um líder de jovens consciente de
suas responsabilidades à frente do seu departamento sabe que precisa está
devidamente preparado para desempenhar com êxito sua função. Penso que posso
pontuar alguns requisitos exigidos por Deus e considerados importantes para quem
exerce liderança no âmbito da igreja:
1) Precisa ter verdadeira conversão.
É lamentável dizer que nossas igrejas estão repletas de pessoas que não se
converteram ao evangelho. Os prejuízos ao Reino de Deus tem sido irreparáveis.
A recomendação bíblica a todos é: “[...] Convertei-vos, para que sejam apagados
os vossos pecados, e venham, assim, os tempos de refrigério pela presença do
Senhor” (At 3.19). Em uma liderança sincera, não há lugar para crentes inconversos
e ou neófitos (1 Tm 3.6);
2) É preciso que seja homem de
verdade haja vista que seu principal trabalho é proclamar a verdade de Deus. Um
homem que não fala a verdade, não anda na verdade e que não ame, sobretudo a
verdade, não pode jamais ser líder de verdade. Tais recomendações estão na
Palavra de Deus, nosso manual de regras para um viver saudável (3 Jo 4; Ef
4.25);
3) Viver vida de obediência à
Palavra. De nada adianta pregar e ensinar aos outros se não se submete aos
princípios da Palavra;
4) Deve ainda ter um espírito justo.
O líder deve se esforçar para não falhar aqui. A injustiça é algo que muito
desagrada a Deus;
5) Finalmente, deve ter coração
ardente de amor por aqueles que estão sob seus cuidados. O líder deve se empenhar
arduamente para que nenhum daqueles que estão sob sua liderança se perca.
Quem exerce liderança, especialmente
na obra de Deus, tem grande responsabilidade em cuidar ativamente de seu preparo
espiritual, mas não é só, precisa também ter bom preparo intelectual. Um
exemplo claro é o apóstolo Paulo que embora não confiasse no seu preparo
intelectual, possuía conhecimentos especiais (At 22.3; 2 Co 2.14) e instruía seu
discípulo Timóteo ao estudo das Escrituras (2 Tm 2.15; 3.14,15).
O preparo intelectual depende de
esforço e dedicação ao estudo. Sabe-se que o descuido e a negligência são
fatores de pobreza, inclusive espiritual (Pv 18.9; 1 Tm 4.15). O líder de
jovens precisa ter bom conhecimento da doutrina bíblica. Essa é sua ferramenta
de trabalho diário na igreja, frente a seu departamento. Estêvam Ângelo de
Sousa define doutrina como “a revelação progressiva do plano salvador de Deus,
em Cristo”. Teologicamente analisada, doutrina é “o conteúdo da fé cristã”.
A doutrina é uniforme, a mesma em
todos os lugares, para todas as pessoas e para todos os tempos. Ao deixar
Timóteo em Éfeso, Paulo tinha por objetivo corrigir heresias destruidoras de
falsos mestres que se propagavam entre os irmãos naquela igreja (1 Tm 1.3-11). Não
tinha como Timóteo fazer esse trabalho se não fosse um jovem obreiro preparado
e bem fundamentado nas Escrituras Sagradas. É inadmissível que alguém que tenha
a prerrogativa de ensinar não se preocupe em aprimorar-se buscando amplo
conhecimento, em especial da doutrina bíblica. A recomendação Paulina que o bispo
deve ser apto para ensinar era tão necessária naqueles dias quanto o é
atualmente (1 Tm 3.3). O descuido da leitura bíblica trás paulatinamente,
enfraquecimento espiritual da fé e afrouxamento na doutrina e, é o que tem
acontecido com muitos.
Na verdade, a lista de cuidados que
deve ter o líder é demasiadamente extensa se tornando impossível de continuar
pontuando mais algumas neste já tão longo artigo. Devo retornar com o assunto
em outros artigos sobre liderança de jovens em meu blog. Encerro este tema te
admoestando a ser um líder de jovens envolvido com os negócios do Reino de
Deus. Leve os seus liderados a um envolvimento cada vez maior com Deus e sua
obra. Seja obediente a seu líder maior e submisso às diretrizes estabelecidas,
pois tal comportamento engrandece o nome do Senhor Jesus. Saiba que Deus entregou
em tuas mãos uma grande obra. Avance, não vale a pena recuar. Cumpre cabalmente
o teu ministério.
Deus tenha misericórdia dos líderes
de jovens.
Leia também: O líder de mocidade e o seu papel na igreja hoje
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